Tempestades de emoções
Depois
do calor quase insuportável que tinha estado durante o dia, a noite estava
gelada e escura.
As
ruas estavam desertas, não se via absolutamente ninguém, a maioria das casas
estavam em ruínas, algumas ainda fumegavam, carros queimados e abandonados,
árvores caídas por tudo quanto era sitio, por causa dos bombardeamentos e das
bombas que diariamente explodiam.
O
som de gritos de angústia e o choro de várias mulheres, quebrou o silêncio da
noite, mas no meio desses sons desesperados, ecoou os risos sarcásticos de
homens.
O
Coronel Williams, fez os seus homens pararem com um movimento de um braço, e os
seus olhos escuros, apertaram-se como os de um animal selvagem.
Ele
estava patrulhando a zona com mais cinco militares americanos.
Tempestades
de Emoções Paula Cristina Simões dos Santos Trigo
-
Vamos virar aqui. - A voz dele baixa, suou tão fria quanto a noite.
Era
um homem alto e forte mas foi com uma agilidade invulgar, que ele saltou alguns
muros altos. Rápidos e silenciosos, os seis homens caminharam por uma estrada
estreita e enfiaram-se por umas quantas casas em ruínas… Ele parou de novo,
para ter a certeza de onde vinham aqueles gritos de desespero e logo depois
avançou alguns metros, fazendo sinal aos seus homens para o seguirem de perto…
Uns metros á frente haviam mais algumas ruínas, que eles ultrapassaram e
ficaram de frente para um grupo de dois homens fardados, que perto de um muro
riam, enquanto mantinham um grupo de quatro mulheres muçulmanas encurraladas… Dois
outros homens estavam agarrando e rasgando a roupa de uma outra mulher, que
tentava em vão libertar-se deles.
-
O que está acontecendo aqui? - O olhar do coronel estreitou-se e a voz dele
saiu feito um tiro.
Os
dois militares que estavam rasgando a roupa da mulher pararam, olhando para o
coronel e o riso desapareceu dos rostos deles.
A
mulher, de olhar assustado tentou cobrir-se com a roupa rasgada, o coronel
despiu a camisa, tentou aproximar-se dela, mas a jovem mulher olhou-o tão
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de Emoções Paula Cristina Simões dos Santos Trigo
assustada
que ele jogou a camisa para ela e voltou de novo a sua atenção para os
militares.
-
Então? – Ele deu um passo á frente, o seu olhar gelado. -Estou esperando uma
resposta. - Com alguma violência ele empurrou um dos militares.
-
Coronel nós… _ Um dos militares principiou a falar mas parou.
-
Sim? - O olhar do coronel era assustadoramente frio. - Capitão Alex
Um
dos cinco militares que o estavam com ele deu um passo á frente.
-
Sim Coronel.
-
Prenda estes homens.
-
Mas … Um dos militares que estava molestando as mulheres, tentou falar mas foi
prontamente calado.
-
Se sabe o que é melhor para si tenente, mantenha-se calado… O tribunal militar,
vai ditar a sua sentença. - O coronel olhou friamente, para os quatro homens,
depois o seu olhar desviou-se para o grupo de mulheres, que continuavam
encolhidas, chorando.
-
John… mande-as sair daqui.
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