sábado, 10 de maio de 2014

Mais um pouco de TEMPESTADES DE EMOÇÕES

Tempestades de Emoções     Paula Cristina Simões dos Santos Trigo

Um dos militares que fazia parte dos cinco homens, que tinham vindo com o coronel, deu alguns passos em direcção ás mulheres e falou com alguma autoridade, para elas em árabe.
As quatro mulheres que estavam de burca, levantaram-se e apressaram-se a sair dali, mas a mulher cujas roupas tinham sido rasgadas continuava sentada no chão, encolhida, enrolada nas suas roupas e na camisa que o coronel lhe tinha atirado.
Os seus olhos escuros e assustados cravados no coronel, embora ele estivesse olhando para o capitão, que estava fazendo a detenção dos outros quatro militares.
John voltou a falar para a mulher que se mantinha imóvel no mesmo sítio, isso fez com que o olhar gelado do coronel se fixasse nela.
- Ela não sai dali porque John? Será que gostou da experiência?
- Não sei. - John estava tenso e o coronel percebeu isso.
John voltou a falar asperamente para com a mulher mas esta manteve-se imóvel.
Um dos militares detido riu-se olhando a mulher com desprezo.

Tempestades de Emoções     Paula Cristina Simões dos Santos Trigo

- Capitão, solte esse homem. - O coronel avançou para o homem com uma violência que até John se encolheu. - Fala o que está acontecendo com ela, antes que me esqueça que és um dos nossos.
Aquilo era uma ameaça muito directa.
- Vá andando Capitão, leve esses homens para o quartel e mantenha-os presos.
- Certo Coronel. Vamos - O Capitão empurrou-os sem muita cerimonia.
- John e Willy ficam comigo.
O Coronel esperou que o Capitão se afastasse com os outros homens para depois voltar a sua atenção de novo para o homem que se rira.
- O que está acontecendo com ela?
O Coronel empurrou com violência, o militar em direcção á mulher, que assustada tentou se mover mas permaneceu no mesmo sítio.
- Ou você começa a falar ou vai morrer. - O Coronel tirou uma pistola do coldre.
Os olhos da mulher mostravam todo o pavor que ela estava sentindo, mas estranhamente ela mantinha-se em silêncio e não se movia.
Tempestades de Emoções     Paula Cristina Simões dos Santos Trigo

John voltou a tentar falar de novo com ela, que em voz baixa lhe respondeu finalmente.
- Ela está amarrada e tem explosivos Coronel.
- Seus… - O Coronel falou um palavrão sem e menor cerimonia enquanto arrumava a pistola –
Willy, leva-me este desgraçado daqui, antes que eu acabe com a raça dele…
John voltou a falar baixinho para ela, mas ao tentar aproximar-se da mulher ela moveu-se nervosa.
- Eu vou lá. - O Coronel olhou a mulher de frente que estremeceu assustada. - John, diga-lhe que eu não lhe vou fazer mal.
Era uma mulher jovem, de olhos escuros e expressivos, uma linha de rosto delicada e uns lábios bonitos, que estavam sangrando e que ela tentava esconder.
John falou com ela e o Coronel foi-se aproximando devagar, sempre com o olhar fixo no dela.
- Os explosivos estão amarrados á minha cintura. - A voz dela suou fraca e rouca e o coronel parou.

- Fala inglês?

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