Tempestades
de Emoções Paula Cristina Simões dos Santos Trigo
Um
dos militares que fazia parte dos cinco homens, que tinham vindo com o coronel,
deu alguns passos em direcção ás mulheres e falou com alguma autoridade, para
elas em árabe.
As
quatro mulheres que estavam de burca, levantaram-se e apressaram-se a sair
dali, mas a mulher cujas roupas tinham sido rasgadas continuava sentada no chão,
encolhida, enrolada nas suas roupas e na camisa que o coronel lhe tinha
atirado.
Os
seus olhos escuros e assustados cravados no coronel, embora ele estivesse
olhando para o capitão, que estava fazendo a detenção dos outros quatro
militares.
John
voltou a falar para a mulher que se mantinha imóvel no mesmo sítio, isso fez
com que o olhar gelado do coronel se fixasse nela.
-
Ela não sai dali porque John? Será que gostou da experiência?
-
Não sei. - John estava tenso e o coronel percebeu isso.
John
voltou a falar asperamente para com a mulher mas esta manteve-se imóvel.
Um
dos militares detido riu-se olhando a mulher com desprezo.
Tempestades
de Emoções Paula Cristina Simões dos Santos Trigo
-
Capitão, solte esse homem. - O coronel avançou para o homem com uma violência
que até John se encolheu. - Fala o que está acontecendo com ela, antes que me
esqueça que és um dos nossos.
Aquilo
era uma ameaça muito directa.
-
Vá andando Capitão, leve esses homens para o quartel e mantenha-os presos.
-
Certo Coronel. Vamos - O Capitão empurrou-os sem muita cerimonia.
-
John e Willy ficam comigo.
O
Coronel esperou que o Capitão se afastasse com os outros homens para depois
voltar a sua atenção de novo para o homem que se rira.
-
O que está acontecendo com ela?
O
Coronel empurrou com violência, o militar em direcção á mulher, que assustada
tentou se mover mas permaneceu no mesmo sítio.
-
Ou você começa a falar ou vai morrer. - O Coronel tirou uma pistola do coldre.
Os
olhos da mulher mostravam todo o pavor que ela estava sentindo, mas
estranhamente ela mantinha-se em silêncio e não se movia.
Tempestades
de Emoções Paula Cristina Simões dos Santos Trigo
John
voltou a tentar falar de novo com ela, que em voz baixa lhe respondeu
finalmente.
-
Ela está amarrada e tem explosivos Coronel.
-
Seus… - O Coronel falou um palavrão sem e menor cerimonia enquanto arrumava a
pistola –
Willy,
leva-me este desgraçado daqui, antes que eu acabe com a raça dele…
John
voltou a falar baixinho para ela, mas ao tentar aproximar-se da mulher ela
moveu-se nervosa.
-
Eu vou lá. - O Coronel olhou a mulher de frente que estremeceu assustada. -
John, diga-lhe que eu não lhe vou fazer mal.
Era
uma mulher jovem, de olhos escuros e expressivos, uma linha de rosto delicada e
uns lábios bonitos, que estavam sangrando e que ela tentava esconder.
John
falou com ela e o Coronel foi-se aproximando devagar, sempre com o olhar fixo
no dela.
-
Os explosivos estão amarrados á minha cintura. - A voz dela suou fraca e rouca
e o coronel parou.
-
Fala inglês?
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